Memória
(Para Elaine Sallas)
Te arrancar do meu passado não foi fácil
Me sobe um amargo, um gosto da tua voz
Em transe
Você fazendo piruetas com os pés
Avançando as madrugadas sem sono
Sob totens, sob ladeiras,
Sobre a mesa dos bares que varavam nossas conversar e risadas
A fio
Eu não esqueço a sombra do seu chapéu
No meu espelho
Eu não esqueço o cheiro do seu perfume
A quilômetros antes de a maçaneta da porta
Girar
Eu não esqueço, no folhetim
Os quatro cavalheiros sem armas com o corpo aberto
Nus na praia
Nos barcos da solidão
As pernas cruzadas, o cinza pelo solo
O clarão na sua fala: uma flecha.
Eu não consigo me ver sem ter você
E por isso eu apaguei tudo
Fora de mim
Por isso eu dei um fim no álbum das emoções
Porque há fragmentos que eu não poderia
Ter rasgado uma só parte.
Fiquei com o fundo do caderno
O espasmo
Dilacerei a sua foto inteira
E silenciei
Porque há coisas que eu não consigo guardar nem rever
Porque eu poderia me acender
E do fogo
Eu não consigo fugir.
(Para Elaine Sallas)
Te arrancar do meu passado não foi fácil
Me sobe um amargo, um gosto da tua voz
Em transe
Você fazendo piruetas com os pés
Avançando as madrugadas sem sono
Sob totens, sob ladeiras,
Sobre a mesa dos bares que varavam nossas conversar e risadas
A fio
Eu não esqueço a sombra do seu chapéu
No meu espelho
Eu não esqueço o cheiro do seu perfume
A quilômetros antes de a maçaneta da porta
Girar
Eu não esqueço, no folhetim
Os quatro cavalheiros sem armas com o corpo aberto
Nus na praia
Nos barcos da solidão
As pernas cruzadas, o cinza pelo solo
O clarão na sua fala: uma flecha.
Eu não consigo me ver sem ter você
E por isso eu apaguei tudo
Fora de mim
Por isso eu dei um fim no álbum das emoções
Porque há fragmentos que eu não poderia
Ter rasgado uma só parte.
Fiquei com o fundo do caderno
O espasmo
Dilacerei a sua foto inteira
E silenciei
Porque há coisas que eu não consigo guardar nem rever
Porque eu poderia me acender
E do fogo
Eu não consigo fugir.